Com o aumento no volume de empresas que adotam um software de gestão logo em seu início, nota-se também um aumento da confusão dos termos usados por contadores e administradores. DRE, folha de pagamento e tributos começam a confundir as responsabilidades de cada um. Em alguns casos extremos, o contador é quem usa o software de gestão em si – o administrador “só quer administrar”.
Neste artigo, vamos explorar um pouco essa diferenciação para que você consiga entender qual é o melhor caso para você!
A visão contábil
No artigo comparando o DRE contábil com o gerencial, começamos a falar um pouco neste tema. A questão toda com a visão contábil é que ela segue regras bastante burocráticas e pouco práticas para o administrador. É muito importante para o gestor entender de contabilidade e garantir que seus números façam sentido, mas gerenciar lidando com “ativo circulante” e “passivo não circulante” pode ser genérico demais. Na gestão da nova economia, é preciso ser mais prático e mais ágil que isso!
Portanto, a ideia de unir os dois mundos só é válida se a união for inversa: se o seu software de gestão facilitar o caminho da contabilidade, então ótimo. Mas usar a contabilidade como base gerencial poderá comprometer sua análise. Vamos ver um exemplo prático?
Quando você compra um bem parcelado em 12x, a contabilidade trata isso como “Fornecedores a pagar”. Ela junta compras de insumos consumíveis com compras de produtos para revendas, prestadores de serviços e tudo mais. Se você analisar seu balancete, você verá 100% dos seus pagamentos futuros como “fornecedores a pagar”.
Já no software de gestão, cada parcela estará categorizada em um centro de custo (marketing, comercial, P&D, etc.), classificado com sua respectiva finalidade (“Servidores”, “Materiais de Papelaria”, etc.) e com as datas certas – fazendo com que você possa prever seu fluxo de caixa.
E a folha de pagamento?
Apesar de não ser uma prática comum, fechar a folha de pagamento de forma gerencial também pode trazer benefícios. O principal deles é poder alocar os salários em seus respectivos setores (centros de custo) dentro da empresa, facilitando a análise de resultados lá na frente.
Facilite o trabalho do contador
O sentido inverso, porém, é perfeitamente viável – e muitas vezes visto com bons olhos pelo seu contador. É possível gerar 100% das informações contábeis a partir dos lançamentos do software de gestão – mesmo que ele não seja contábil. Isso porque os livros (diário, razão, etc.) têm “menos” informações do que o software em si. Na prática, para a contabilidade, interessa apenas meia dúzia de informações que estão registradas ali.
A ideia, portanto, é que ambos são essenciais: um bom contador, que consiga ser inclusive um tutor tributário para você caso você precise; e um software que possa suportar suas tomadas de decisões ali na frente. Afinal, se preocupar com a qualidade das informações geradas é uma obrigação do empreendedor ou gestor.