Se a sua empresa trabalha com modelo de assinatura ou contratos recorrentes, será comum a necessidade de fazer o reajuste dos valores anualmente. Tal atualização normalmente acontece de acordo com índices como IGP-M, IPCA ou outros que representem a inflação. Neste artigo, vamos entender como fazer o cálculo e quais ferramentas você pode usar.
Por que reajustar seus contratos?
Um erro muito comum das empresas é não atualizar seus contratos periodicamente. Isso é um problema grave no caso de países como o Brasil. Como temos uma inflação de cerca de 6% ao ano, em dois ou três anos um contrato chega a perder 20% do seu valor! Isso deteriora a capacidade da sua empresa de honrar com seus compromissos como salários e reinvestimentos.
Imagine, por exemplo, que em janeiro de 2016 você fechou um contrato de R$10.000/mês para a prestação de 100h/mês de serviços – ou seja, R$100/hora. Em um cálculo rápido, usando o IGP-M como base, Este valor em janeiro de 2019 deveria ser de R$11.460/mês. São 14,68% de índice acumulado!
Em geral, empresas de serviço que não atualizam seus contratos percebem uma falta de capital de giro a partir do 3º ano de contratos ativos. E reajustar de forma acumulada pode ser prejudicial para o relacionamento com o cliente: ninguém aceita um reajuste repentino de 14%, afinal!
Como fazer o cálculo?
Seus contratos possuem datas de vigência diferentes, e por isso o índice nunca é fixo, certo?! Neste caso, é preciso “acumular” o índice de reajuste mensalmente – e isso não é feito simplesmente somando os percentuais. Para acumular o índice, é preciso fazer o seguinte cálculo, mês a mês:
= (1 + IndAnt) * (1 + IndAtu)
Onde:
- IndAnt = Índice Anterior (por exemplo, do mês anterior ou o acumulado até o mês anterior)
- IndAtu = Índice do mês atual)
Vamos a um exemplo. Acesse http://www.portalbrasil.net/igpm.htm e veja a tabela. Pegue o índice de janeiro e fevereiro e aplique na fórmula, e compare com a coluna “índice acumulado no ano”. : )
Este site, inclusive, tem um facilitador: ele já traz o índice acumulado nos últimos 12 meses. Portanto, se você reajusta a cada 12 meses, basta consultar o índice dos últimos 12 meses conforme a vigência. Você precisará fazer isso contrato a contrato. Note, porém, que no segundo ano não bastará somar o índice de 12 meses com o índice dos outros 12. É preciso acumular o índice usando a fórmula acima (mês a mês).
Suponha, por exemplo, que o contrato precisou ser reajustado em junho de 2018 e junho de 2019 (portanto, com índices até maio precedente).
- IGP-M 12 meses em maio/2018: 4,2712%
- IGP-M 12 meses em maio/2019: 7,6587%
Neste caso, o reajuste não será de 11,9299% (somando os dois índices), mas sim de 12,257% – pois o índice foi acumulado. Neste caso, inclusive, não é possível usar a fórmula anterior para somar os dois índices – é preciso aplicá-la mês a mês.
Calculadora de índice acumulado
Se você não possui um sistema que reajusta seus contratos automaticamente pelos principais índices do banco central, você pode usar esta calculadora de reajuste. Você vai ter um bocado de trabalho para reajustar tudo, mas ainda assim é mais fácil do que acumular o índice manualmente.
O jeito mais ágil
É claro que tudo na vida tem um jeito mais ágil. O Nimbly é integrado ao Banco Central e reconhece os principais índices de mercado (IGP-M, IPCA e até SELIC). Com isso, nós conseguimos reajustar os contratos automaticamente, e por períodos variados (por exemplo: 6 meses, 12 meses, etc.). Mais fácil, né?! : ) E se a gente faz isso, imagina o que mais não rola por aqui?! Conheça agora e agilize seu dia a dia!
Bônus: crescimento real da empresa
Você com certeza já ouviu a expressão “crescimento real” quando viu o resultado de alguma empresa, certo?! Essa expressão indica o valor do faturamento atual comparado ao período anterior atualizado. Na prática, isso significa: pegar o faturamento anterior, atualizar conforme o índice praticado no contrato, e assim comparar com o faturamento atual. Esta é a forma real de analisar o crescimento da empresa, pois a moeda perde valor. Portanto, se uma empresa (por exemplo) cresce 4% ao ano, é bem provável que, na realidade, ela tenha diminuído: no Brasil, a inflação em geral supera este percentual!